quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

homossexual por natureza

Homossexual por Natureza, VII
Atração entre iguais 02/06


Para fazer uma discussão científica séria e afastar a carga de preconceito que vem à tona quando se toca no assunto, , o biólogo americano Bruce Bagemihl foi cuidadoso, definindo conceitos de modo claro e objetivo. Seu livro Biological Exuberance - Animal Homosexuality and Natural Diversity (Exuberância Biológica - Homossexualidade Animal e Diversidade Natural) contempla cinco variedades de comportamento que ele classifica como homossexual. A primeira é o cortejo. Inclui todas as formas que os animais empregam para se exibir e conquistar parceiros. A lira, uma ave australiana, faz como o pavão: o macho seduz a fêmea abrindo sua grande cauda. Mas não é só a fêmea que é atraída. Freqüentemente, observa-se um macho exibindo a cauda para outro. E, volta e meia, um dos dois termina montando o companheiro.

A segunda categoria é o que o biólogo Bruce Bagemihl chama de afeição. Inclui beijos, esfregações e carinhos parecidos. Na revista “Super Interessante” na pagina 26 você pode conferir os bonobos de lábios colados e, na capa da seguinte edição de numero 143 da “Super Interessante”, os leões roçando a juba. São duas demonstrações de afeto realizadas sempre antes ou depois de uma relação sexual, ou de contatos que, ao menos, deixam os animais excitados.

O biólogo foi rigoroso ao excluir formas de carinho que parecem manifestação de sexualidade mas não são. Entre os macacos, por exemplo, sabe-se que os cafunés e as catações de piolhos não têm carga erótica; servem para manter a coesão social do bando.

Em terceiro vem a formação de casais, talvez a categoria mais surpreendente de todas. Mais de setenta espécies de aves realizam casamentos duradouros de indivíduos do mesmo sexo. Essas uniões também são adotadas por trinta mamíferos. Leões e elefantes machos, por exemplo, formam laços mais duradouros que pares heterossexuais.

Em quarto lugar vem a criação de filhotes. Isso mesmo: nem sempre essa atividade envolve a dupla pai e mãe. O pássaro-cantor (Wilsonia citrina), na qual um macho atrai o outro por meio do canto, no início do período reprodutivo, e depois eles se juntam. Constroem, então, o ninho e cuidam dos ovos e das crias abandonados por outros indivíduos. É a mesma situação da família de ursos que você pode conferir na página 27 da edição 142 da revista Super Interessante: lá era mamãe e mamãe; aqui, papai e papai.

Por último, Bagemihl lista o contato sexual propriamente dito. Para ele, sexo é todo momento em que há estimulação dos órgãos genitais. Em alguns casais de macacas japonesas (Macaca fuscata), ambas fêmeas. Elas formam pares e montam freqüentemente uma na outra.
  • Créditos: SuperInteressante
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